A Assembleia Geral da Adua que aconteceu na manhã de quarta-feira, 24, apresentou o posicionamento dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) perante o quadro de construção de uma possível greve. Com mais de 60 docentes, além de técnicos e estudantes da instituição, a assembleia decidiu pela manutenção do indicativo de greve sem data definida e apontar índices diferenciados no reajuste salarial proposto pelo governo, a serem levados até o governo através do sindicato nacional.
Em decisões unânimes, a Assembléia decidiu também manter o calendário de mobilização docente local definido na AG anterior, que contempla assembleias setoriais e mais uma assembleia geral até o final da semana. Na questão específica do índice de reajuste salarial, os professores defenderam resgatar o percentual da pauta emergencial do movimento docente como parâmetro e indicaram, como proposta de negociação, a aplicação de 8% sobre a remuneração total a partir de janeiro de 2012 e os demais 6,6% a partir de julho de 2012. Além disso, indicaram a antecipação para março de 2012 como período final para fechar as negociações com o governo sobre a carreira docente do Ensino Superior.
Outra proposta defendida pelos professores foi de apresentar ao governo uma moção de apoio à greve dos técnicos federais em educação, solicitando a abertura imediata de uma mesa de negociação. Todas estas decisões serão levadas para discussão em nível nacional na reunião do Setor das Ifes na manhã desta quinta-feira, 25, em Brasília.
Momento de fortalecimento
O tom das avaliações dos professores da Ufam às propostas feitas pelo governo até agora foi de indignação e de adesão às propostas da Adua, numa tomada de consciência que vem fortalecendo o movimento. A professora Ronney da Silva Feitoza, membro da diretoria da Adua, destacou na ocasião que o debate das condições de trabalho tanto dos professores quanto dos docentes já é uma pauta que se estende para além do ambiente da Ufam: “Durante a abertura do XX Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste, realizado na Universidade Nilton Lins, representantes do movimento docente e dos técnicos administrativos em educação falaram sobre o assunto para quase 2000 pessoas”, afirmou a professora.
O presidente da Adua, professor Antonio Neto, também parabenizou os presentes pela decisão de não permanecerem inertes perante a ameaça de perda de direitos pelos docentes: “Estamos num momento de fortalecimento, tanto localmente quanto no país inteiro. A proposta que estamos construindo se mostra plausível, mas não sabemos se será aceita pelo governo. É por isso que a mobilização tem que continuar, através das assembleias, das setoriais e de todo e qualquer debate sobre o assunto”, afirmou o professor ao final da assembleia.
Integração entre seções sindicais
A diretora geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa-SS), professora Rosimê Meguins, esteve presente durante a Assembleia Geral da Adua. A professora afirmou que a Adufpa-SS ainda não realizou sua assembleia geral para discutir qual posicionamento tomar perante a proposta mais recente apresentada pelo governo, mas tudo indica que as decisões serão semelhantes às tomadas pelos docentes do Amazonas. “Nossa seção sindical também está seguindo as deliberações do Andes, e os professores da UFPA também têm se mostrado favoráveis à manutenção das mobilizações”, disse a professora.
Adua leva propostas
Ao final da assembleia, decidiu-se que o prof. José Alcimar Oliveira, membro da diretoria da Adua, participará como representante na reunião do Setor das Ifes, enquanto que o prof. Luis Fernando Santos atuará como delegado durante a reunião da Coordenação Nacional dos Servidores Federais (CNESF). Vale lembrar que é na reunião do Setor das Ifes que a proposta nacional será construída e levada ao governo para últimas negociações, cujo prazo final é 31 de agosto.
Fonte: Adua |