Está marcada para esta sexta-feira (23) a live de lançamento da cartilha “Universidade sem Violência: um direito das mulheres”, a qual tem proposta central de ampliar a discussão e o combate à violência contra as mulheres nos espaços universitários. A Cartilha está disponível para leitura aqui.
A live será realizada às 19h (horário de Manaus), pelo canal no YouTube da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN), em transmissão ao vivo. O evento vai ter a participação da coordenadora da pesquisa, professora Milena Barroso, a mediação da 2ª secretária da ADUA, Valmiene Sousa, e como atração musical, Celestina Maria e a professora Rosejane Farias.
A ADUA – que apoia a iniciativa – disponibilizará a versão digital da cartilha para download e a distribuição de exemplares impressos para o(a)s docentes da Ufam. A 2ª secretária do sindicato, Valmiene Sousa, afirma que o lançamento da cartilha é um marco para a campanha da ADUA por universidade sem violência, com intenção de provocar o debate e a mudança institucional para o enfrentamento desse fenômeno.
A cartilha é um dos resultados da pesquisa “Violência contra as Mulheres na Universidade: uma Análise nas Instituições de Ensino Superior no Amazonas”. O estudo resultou ainda na produção de um livro com previsão de lançamento ainda em 2021, com a participação de diversas autoras que estudam a violência contra a mulher e o sexismo no ambiente acadêmico.
O estudo
A pesquisa “Violência contra as Mulheres na Universidade: uma Análise nas Instituições de Ensino Superior no Amazonas” foi divulgada em março. Sua elaboração contou com a participação de 1.166 pessoas das comunidades acadêmicas das instituições públicas de ensino superior do estado: Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Do total de participantes da pesquisa, 38% afirmaram que foram vítimas de algum tipo de violência na universidade nos últimos cinco anos. Os resultados apontam também que a prática é predominantemente executada por homens, em um percentual que chega a mais de 85%. Entre os registros estão: assédios moral e sexual, estupro, discriminação social, racismo, xenofobia, homofobia, lesbofobia e transfobia.
O estudo foi realizado em 2020, envolvendo uma equipe multidisciplinar de pesquisadore(as), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Para a coordenadora da pesquisa, Milena Barroso, os resultados mostram que a universidade não está isenta das contradições que constituem a sociedade. “Precisamos compreender a violência contra as mulheres nas universidades como uma questão séria e um grave problema que dificulta em vários aspectos a participação das mulheres no espaço acadêmico. (...)Além disso, a ausência de serviços de proteção às mulheres é um desafio que às instituições de ensino superior precisam enfrentar, afinal uma universidade sem violência é um direito de toda a comunidade acadêmica”, afirmou Milena Barroso.
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