O país alcançou o recorde de maior número de óbitos por dia nesta quarta-feira (17). Os dados foram atualizados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), após recebimento dos números do Rio Grande do Sul. O total de mortos por Covid-19 chegou a 3.149 em um só dia no Brasil.
Considerando os índices desde o início da pandemia (março de 2020) até agora, 284.775 pessoas morreram vítimas do novo coronavírus e da falta de gestão do atual desgoverno. A essa macabra estatística somam-se ainda os 99 mil novos casos registrados da doença.
É uma situação nada favorável para brasileiros (as) que correm o risco de verem a situação se agravar diante do atraso na vacinação e lotação nas unidades hospitalares e ausência.
Em Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, lançado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é feito o alerta para “o maior colapso sanitário e hospitalar na história”.
O boletim divulgou o mapa de lotação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) no Brasil com dados de julho de 2020 a fevereiro de 2021. A análise mostra o agravamento ao longo dos meses e a situação de alerta vermelho em quase todo o país.
Foi registado que 27 unidades federativas, 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%, sendo 15 com taxas iguais ou superiores a 90%. Em relação às capitais, 25 das 27 estão com essas taxas iguais ou superiores a 80%, sendo 19 delas superiores a 90%.
O risco de superlotação é real e se isso acontecer o paciente vai ter que ficar em fila de espera para leito, o que agrava a taxa de possibilidade de óbito. Essa situação já foi duramente vivenciada no Estado do Amazonas, que teve o sistema de saúde colapsado em janeiro de 2021, com falta de leito e até oxigênio.
Orientações de proteção
O material divulgado pela Fiocruz reforça a necessidade de maior rigor na restrição das atividades não essenciais, com proibição de atividades que gerem aglomeração, como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas em todo território nacional.
A Fundação recomenda a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país, assim como o toque de recolher, a adoção de trabalho remoto sempre que possível e a redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos.
No boletim, a defesa é pela utilização de máscaras, ressaltando que a literatura científica internacional mostra resultados positivos sobre seu uso como uma medida para redução da transmissão em até 80%.
A transmissão acelerada do vírus agrava a situação e facilita a propagação de novas variantes, mas o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – o quarto a assumir a pasta desde a posse de Jair Bolsonaro em 2019 –, afirma que o lockdown deve ser alternativa para casos extremos com a intenção, segundo ele, de “assegurar a atividade econômica”.
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