Dando continuidade ao cronograma de visitações nas unidades acadêmicas fora da capital, o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua) José Belizario e a tesoureira da entidade, Ana Cristina Belarmino estiveram no último dia 14 de julho, reunidos com docentes lotados no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), em Parintins com o objetivo de aprofundar a discussão e o intercâmbio de ideias sobre as condições de trabalho na unidade.
Segundo Belizario, a atividade é um momento de articulação política com os professores lotados em unidades acadêmicas fora da sede e uma oportunidade de reafirmar que o projeto do governo federal para a universidade é meramente quantitativo.
“Se já temos dificuldade em Manaus, com falta de laboratório, biblioteca e professores, imagina em unidades acadêmicas de difícil acesso e condições básicas de saúde e educação inexistentes”, afirmou.
O presidente destacou ainda que, mesmo submetidos a condições subumanas, os professores com seu espírito de solidariedade acolheram de forma excelente a entidade, durante a visita. Hospitalidade que, conforme Belizario fez os representantes retornarem ainda mais motivados a lutar por um projeto alternativo de universidade, baseado nos princípios defendidos pelo Andes.
“Os companheiros e companheiras das unidades acadêmicas fora da capital nos proporcionaram a reafirmação do compromisso sindical, cujas ações visam melhorar a universidade e efetivar seus compromissos com a sociedade, de forma dinâmica e criativa”, frisou.
A precarização do ICSEZ, oriunda da expansão sem o compromisso com uma educação de qualidade e de um projeto governista que não prioriza o debate democrático com as diferentes categorias da universidade estiveram entre os problemas principais identificados pela Adua, em Parintins. Desvios de função e negação de direitos da categoria somam-se à lista de irregularidades presenciadas.
“Testemunhamos situações semelhantes ao que foi denunciado no Jornal Bimestral da ADUA Maio/Junho de 2013, no que diz respeito ao assédio moral e a precarização da universidade”, frisou Belizario.
Como resultado da reunião, os professores presentes assumiram o compromisso de rever a pauta local de reivindicações de Parintins, construída durante a greve de 2012, e construir um dossiê intitulado “Veja como está a expansão da UFAM em Parintins”.
Segundo a Adua a ideia deve ser levada a todas as unidades acadêmicas de Manaus e às de fora da capital.
Para o titular do Conselho de Representantes da Adua (Crad) de Parintins, professor Marcelo Radacchi a ida de representantes da Adua à unidade foi produtiva, principalmente porque um número expressivo de docentes participou da reunião e oito novas filiações foram concretizadas.
“Só tínhamos conseguido reunir esse número de docentes no período da greve. Então, foi uma conquista”, disse.
Outros pontos positivos, na visão de Radacchi foram os esclarecimentos feitos por Belizario e Belarmino no que tange às atuais articulações da Adua para defender bandeiras de luta antigas, como o pagamento da Gratificação Especial de Localidade, a equiparação do Auxílio Alimentação ao pago pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e etc.
“Quando os professores perceberam que seus direitos trabalhistas estavam sendo atacados, houve uma grande adesão. Isso sem falar nas pautas locais como a falta de laboratórios e reagentes para o curso de Zootecnia, falta de infraestrutura para as aulas de Artes Plásticas, assim como, para as de Educação física, com os alunos dependendo de áreas externas ou emprestadas”, disse.
Funcionando desde 2007, o curso de Educação Física, do qual Radacchi é professor, não possui vestiário, piscina, campo de atletismo e salas para as aulas práticas.
Já para o titular do Crad, professor Lucas Milhomens a visita da Adua à Parintins serviu para retomar a intensidade da luta vivenciada durante a greve e adormecida nos últimos tempos.
“A visita proporcionou retomar os pontos nacionais e locais como, por exemplo, a Gel, a melhoria das condições de trabalho. Somado a isso estão as parcerias com empresas locais, sugeridas pela Adua, voltadas a facilitar o acesso a serviços de saúde, turismo e etc.”, afirmou ele, destacando que mesmo que os professores paguem plano de saúde, hoje, precisam vir à Manaus para realizar consultas e exames.
Segundo Milhomens, já ocorreu de uma docente gestante perder o bebê porque faltou energia elétrica no hospital enquanto era atendida.
No próximo dia 12 de agosto é a vez do município do Instituto de Saúde e Biotecnologia de Coari da Ufam (ISB), em Coari receber a visita dos representantes da Associação, seguida por Benjamin Constant no dia 21 de agosto.
Fonte: Adua |