A composição da Comissão da Verdade do ANDES-SN foi deliberada na manhã deste domingo (20), e terá três membros efetivos, um da diretoria e dois eleitos pelo Conad, além de três suplentes. Os professores Márcio de Oliveira, secretário-geral do ANDES-SN, Helvio Mariano (Adunicentro) e Edson Teixeira (Aduff) foram escolhidos como membros efetivos. Os três suplentes são: Paulo Cambraia, diretor do ANDES-SN, Elídio Alexandre Borges Marques (Adufrj) e Antonio Lisboa (Adufcg). A decisão foi aplaudida pela plenária.
Os delegados deliberaram também que a comissão se reúna já no próximo mês, em conjunto com o Grupo de Trabalho de História do Movimento Docente (GTHMD) para definir o plano de trabalho, funcionamento e atividades a serem desenvolvidas. As Seções Sindicais serão convocadas a participar do encontro. Segundo Helvio Mariano, que apresentou o texto de resolução no 32º Congresso do ANDES-SN, propondo a criação da comissão, a ideia surgiu pois se percebeu que era necessário que os trabalhadores também fizessem sua própria comissão da verdade, uma vez que há várias discordâncias em relação à forma como foi constituída e como trabalha a Comissão Nacional da Verdade.
Mariano conta que a proposta foi apresentada para que o “ANDES-SN também constituísse a sua comissão da verdade, e contasse a sua própria versão da história dos trabalhadores, que foram perseguidos torturados e mortos no período de 64 a 84, conforme foi aprovado no congresso”. Segundo o representante da Adunicentro, os delegados do 32º Congresso do ANDES-SN, ocorrido em março no Rio de Janeiro, aprovaram ainda que o trabalho da comissão não fique restrito aos docentes e se debruce sobre casos envolvendo o conjunto da comunidade acadêmica.
“A expectativa é grande. Um dos setores que teve o maior número de pessoas perseguidas, demitidas, torturadas e executadas durante o período de ditadura militar está dentro das universidades e boa parte desses casos não vieram a tona e continuam às margens da discussão”, conta Mariano.
O docente ressalta que é extremamente importante que haja envolvimento das seções sindicais no processo e a integração da Comissão da Verdade do ANDES-SN com aquelas já constituídas em algumas seçõe s sindicais. “É fundamental que as comissões locais se comuniquem com a comissão nacional, porque elas poderão subsidiar os trabalhos através da coleta de documentos, realização de entrevistas. Isso facilitará o trabalho e possibilitará que tenhamos um relatório muito mais amplo”, conclui.
A Comissão da Verdade do ANDES-SN deverá apresentar o primeiro relatório de suas atividades no 33º Congresso da entidade, para avaliação dos delegados.
Fonte: ANDES-SN |