Representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua) estiveram nos dias 19 e 20 de junho, no Instituto de Ciências Exatas da Ufam (ICET/UFAM), em Itacoatiara ouvindo associados lotados nas unidades acadêmicas da Ufam fora da capital e levando informes referentes às ações de luta desempenhadas pela entidade em prol da categoria.
Segundo o presidente da Adua, José Belizario, a atividade além de um momento de articulação política com os professores lotados em unidades acadêmicas fora da sede, buscou conhecer a realidade em que os mesmos estão inseridos para que providências coletivas sejam tomadas para solucionar os problemas de expansão precarizada da universidade. Para Belizario, a principal dificuldade de ação da Adua, na unidade, está associada à falta de vivência da diretoria na realidade local.
“Com a visita, passamos a entender cada vez mais que o projeto do governo federal para a universidade é meramente quantitativo. Se já temos dificuldade na capital, com falta de laboratório, biblioteca e professores, imagina em unidades acadêmicas de difícil acesso e condições básicas de saúde e educação inexistentes”, afirmou.
O presidente destaca, por exemplo, que mesmo que o professor fora da sede custeie um plano de saúde, não existem médicos, nem laboratórios para atendê-lo. Problema que acaba contribuindo para uma grande rotatividade de professores, nas unidades.
De acordo com ele, mesmo atuando em condições subumanas, os professores com sua alegria de viver e espírito de solidariedade proporcionaram um acolhimento excelente à entidade, durante os dois dias de visita. Hospitalidade que, conforme Belizario fez com que os representantes retornassem à Manaus, ainda mais motivados a continuar lutando por um projeto alternativo de universidade, baseado nos princípios defendidos pelo Andes - um projeto em defesa de uma universidade pública gratuita, democrática, de qualidade e socialmente referenciada.
“Os companheiros e companheiras das unidades acadêmicas fora da capital nos proporcionaram a reafirmação do compromisso sindical, cujas ações visam melhorar a universidade e efetivar seus compromissos com a sociedade, de forma dinâmica e criativa”, frisou.
A precarização do ICET/UFAM, fruto da expansão irresponsável e descompromissada com uma educação de qualidade e amparada por um projeto governista populista, assim como casos de assédio moral estiveram entre problemas constatados pela Adua, no município, de acordo com o presidente.
“Como falta o básico, que é o professor, em função do déficit de professor de carreira, encontramos docentes ministrando disciplinas incompatíveis com a sua formação; sobrecarregados de trabalho e sofrendo assédio moral por parte de alguns gestores. Situações semelhantes ao que já havíamos denunciado no Jornal Bimestral da ADUA Maio/Junho de 2013”, informou.
A Adua recomenda aos professores que as denúncias existentes sejam enviadas à entidade por escrito e com os devidos comprovantes em anexo para que de posse das mesmas e com todas as provas registradas, a entidade agende uma audiência com a Administração Superior da UFAM para solicitar providências na resolução dos problemas que está afetando o bom desempenho do trabalho docente.
Para a titular do Conselho de Representantes da Adua (Crad) de Itacoatiara, professora Nívia Guedes a visita do presidente da Adua e do 1º secretário, Marcelo Vallina, na unidade, fez com que os professores se sentissem mais seguros para relatar suas demandas e serviu para informar os associados sobre as “excelentes” informações dos pontos nacionais que tanto o ANDES-SN como a Adua têm se engajado para conquistar junto ao governo federal e à reitoria.
“O informe sobre a insalubridade versus o tempo de serviço foi muito bem recebido, pois somos um instituto de tecnologia e quase todos os professores recebem insalubridade. Outras boas notícias foram sobre a luta pelo auxílio alimentação, a possibilidade de adquirirmos plano de saúde e o auxílio localidade”, afirmou, destacando que 15 docentes participaram da reunião.
Professora do ICET/UFAM, Keyla Ramos informou que além de esclarecedora a ida dos representantes da Adua proporcionou aos docentes expor problemas como a falta de estrutura de lazer, segurança e saúde básica; de comunicação entre os membros da administração; de política de acolhimento dos professores novatos e de estrutura de laboratório para aulas práticas e para pesquisa.
Já o docente Daniel Pereira apontou questões como a Falta um programa de formação sindical dos docentes; de estrutura para o desenvolvimento das ações de ensino; de um programa de formação pedagógica; de mecanismos institucionais que assegurem aos docentes um efetivo acompanhamento da sua condição de saúde e os diferentes casos de Assédio Moral pelos gestores das unidades do interior como as mais urgentes no município.
Fonte: Adua
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