O distanciamento social imposto pela pandemia da Covid-19 acarretou para as mulheres o aumento do trabalho e da violência, no mundo. Essa pauta estará nas mobilizações feministas do mês de março, que iniciam, no Brasil, com o lançamento de um manifesto assinado por mais de 80 organizações.
Em uma Articulação Nacional, as entidades convocam o Dia Internacional de Luta das Mulheres (8 de março) com o mote “Mulheres na Luta pela Vida! Fora Bolsonaro, Vacina Para Toda População e Auxílio Emergencial Já!”. O ANDES-SN e a CSP-Conlutas assinam o manifesto que pode ser assinado e lido na íntegra em https://forms.gle/j9gBVsnfMg5MBUEd7
Violência na quarentena
O secretário geral Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou sobre o “horrível aumento global da violência doméstica” dirigida a mulheres e meninas em meio à quarentena. Guterres afirmou que “para muitas mulheres e meninas, a ameaça parece maior onde deveriam estar mais seguras: em suas próprias casas”.
Conforme dado da ONU, o confinamento levou a alta das denúncias/ligações para as autoridades por violência doméstica de 30% no Chipre, 33% em Singapura, 30% na França e 25% na Argentina.
A 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada em outubro do ano passado, reafirmou a crescente violência de gênero sob o contexto da pandemia da covid-19. Homicídios dolosos (com intenção de matar) de mulheres aumentaram de 1.834 para 1.861, um acréscimo de 1,5%. Também cresceu o número de vítimas de feminicídio: de 636 para 648, um aumento de 1,9%.
Apesar do cenário, as mulheres não perderam o protagonismo das lutas ao denunciar, exigir direitos e o direito à vida e não abandonaram pautas específicas como o direito ao aborto, conquistando após décadas de luta feminista pela ampliação de direitos sexuais e reprodutivos, a lei pela despenalização e legalização do aborto e atenção pós-aborto, aprovada nos últimos dias de 2020.
Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA
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