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Movimentos fazem Jornada de Lutas para denunciar corrupção em obras da Copa



Uma série de atos populares unificados está programada para acontecer nos próximos dias nas 12 capitais que sediarão os jogos da Copa. “O objetivo é mostrar as diferentes formas e meios de corrupção e "erros" na elaboração do planejamento e obras destinadas ao megaevento. Que sempre colocou os interesses das multinacionais e das camadas mais privilegiadas frente aos interesses e necessidades populares. Que removeu, violentou, que não deixou os tão ditos legado na mobilidade, que não pensou na saúde, na educação e que conseguiu superar incríveis 50 bilhões apenas em estádios, hotéis 5 estrelas e obras paliativas que reafirmam a ‘carrocracia’ e garante anúncios publicitários”, informa a página do Comitê Popular da Copa DF no Facebook.

Em Brasília, manifestantes ocuparam na manhã desta sexta-feira (14) o Eixo Monumental, em frente ao Estádio Mané Garrincha, protestando contra os abusos da organização da Copa do Mundo e Copa das Confederações. A mobilização faz parte da Jornada de Lutas “Copa para Quem?”, organizada pela articulação nacional dos Comitês Populares da Copa. Segundo informação dos organizadores do Comitê Popular da Copa - DF, o ato desta sexta começou às 10h e contou com a presença de mais de 500 pessoas e com o apoio de várias organizações, entre elas o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST) e a Frente de Resistência Urbana.

Por volta do meio dia uma comissão de manifestantes foi recebida pelo Governo do Distrito Federal (GDF) no Palácio do Buriti, sede do GDF. Segundo o representante da Organização de Comunicação Universitária Popular (OUCP-DF), Edemilson Paraná, que participou da reunião, não houve comprometimento nenhum do GDF em relação às pautas apresentadas. “Infelizmente a reunião terminou com resultados inconclusivos. O Governo não se comprometeu politicamente com nenhuma das pautas apresentadas por nós do Comitê Popular da Copa nem com as pautas dos trabalhadores sem teto”, afirma Paraná. “Por isso, vamos continuar protestando contra os abusos que a Copa do Mundo representa para a sociedade brasileira”, completa o manifestante.

Paraná acrescenta ainda que a única coisa que o GDF sinalizou, e que o movimento entendeu como uma ameaça, foi que irá reprimir toda e qualquer manifestação como a desta sexta-feira. “O secretário de Governo do Distrito Federal, Gustavo Ponce de Leon, disse que o GDF não irá permitir fechamento de via como aconteceu hoje (sexta, 14). Ele nos falou de um Plano de Segurança, no qual o Exercito está envolvido, e que ele será acionado caso seja necessário”, informa Edemilson Paraná, que lembra que há outra manifestação programada para este sábado (15), às 10h, em Brasília (DF). Os manifestantes se concentrarão na rodoviária da capital e na feira próxima à Torre de TV. Segundo informações de participantes do movimento seis pessoas foram detidas após o ato, entre eles o motorista do caminhão que transportou os pneus até o Eixo Monumental.

Veja abaixo a pauta de reivindicações apresentada pelo movimento:

1. Plano de construção de, ao menos, 150 mil moradias populares nos próximos 2 anos (valor estimado de R$1,5 bilhões).

2. Compromisso da TERRACAP em não vender mais terrenos públicos até o atendimento da demanda por moradias no DF.

3. Contratação auditoria externa nas contas do estádio Mané Garrincha.

4. Compromisso em não privatização do Mané Garrincha.

5. Abertura do Mané Garrincha, pós Copa do Mundo, para os campeonatos amadores e das escolas públicas.

6. Avanço no projeto do Complexo Esportivo Ayrton Senna.

7. Criação urgente de plano integral, com dotação orçamentária, de proteção a crianças e adolescentes e de combate à exploração sexual.

8. Campanhas de proteção integral aos direitos das crianças e adolescentes no Contexto dos Megaeventos em todos os locais oficiais de competição e no trade turístico.

9. Estruturação do Plantão dos Conselhos Tutelares.

10. Manutenção da agenda de funcionamento do Eixão de Lazer aos domingos e feriados.

11. Criação de Ruas de Lazer para outras áreas do DF.

12. Requalificação imediata das calçadas do DF.

13. Abertura de passagem subterrânea no Eixão para acesso ao Setor Hospitalar Norte.

Agenda – Outros atos públicos aconteceram também nesta sexta em São Paulo (SP), na Avenida Paulista e em frente a sede da Rede Globo de Televisão, em Porto Alegre (RS), Palmas (TO), Teresina (PI) e Boa Vista (RR).

No sábado (15) os manifestantes se reuniram, também, no Rio de Janeiro (RJ), a partir das 9h, no Quilombo da Gamboa. Na capital fluminense, ocorreu a Copa Popular - Contra as Remoções. A ideia foi integrar as comunidades ameaçadas de remoção na cidade.

Na capital mineira, os representantes dos dois movimentos realizam desde o dia 13 o Segundo Seminário do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa de Belo Horizonte (MG).

Com informações do Comitê Popular da Copa DF e da Agência Brasil

Fonte: ANDES-SN



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