Há três anos, com a participação de mais de quatro mil representantes de movimentos sindicais e populares de todo o país, o Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) realizado em Santos (SP) fundou a Central Sindical e Popular Conlutas. A nova organização para a luta da classe trabalhadora nasceu com o objetivo de unificar os setores sindical, popular e estudantil.
Para Paulo Rizzo, 2º Secretário do ANDES-SN e encarregado de Relações Sindicais, a CSP-Conlutas vem cumprindo o propósito para o qual foi criada. “Esses três anos da CSP-Conlutas significam muito. Expressam um processo de busca de reorganização da classe trabalhadora, num momento extremamente importante, pois se ampliaram, nos últimos anos, os ataques aos direitos dos trabalhadores. Com o avanço do neoliberalismo no Brasil, vivemos ameaças das mais diversas como a reforma da previdência, a ampliação da informalidade na arregimentação de trabalhadores e a fragilização dos contratos.”
Segundo o diretor do ANDES-SN, o período exigiu uma resposta, que não foi dada pelas centrais sindicais até então constituídas. A CSP-Conlutas surge então para fazer a resistência e lutar por conquistas. “Sindicatos e centrais que foram protagonistas de grandes lutas nas décadas hoje estão fazendo propostas de desarme da classe, como o Acordo Coletivo Especial, que surgiu de um sindicato cutista”, observa.
Paulo Rizzo avalia que nesse campo sindical e popular, a CSP-Conlutas passou a protagonizar lutas importantes e é hoje uma referência importante, destacando a última mobilização protagonizada pelos movimentos sindicais e sociais organizados no Espaço de Unidade e de Ação, que reuniu mais de 20 mil trabalhadores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no final de abril, o que demonstrou a clara disposição de resistência dos trabalhadores às contrarreformas do movimento neoliberal no Brasil.
Para o diretor do ANDES-SN, a filiação do Sindicato Nacional à Central foi um movimento acertado. “O ANDES-SN está no lugar certo. Seria de estranhar, até pelo histórico da entidade, se ainda estivéssemos ligados à CUT. O sindicato se filiou depois de um amplo processo de discussão na base, o que corresponde ao processo histórico do ANDES-SN, de se auto definir como instituição autônoma e independente”, conta.
CSP-Conlutas já tem histórico de lutas e mobilizações
Lutas - Já se foram três anos de muitas lutas. A CSP-Conlutas esteve à frente de muitas delas, por meio da atuação de suas entidades filiadas ou prestou apoio ativo em outros momentos. Campanhas salariais e greves dos servidores públicos federais; a luta pela educação pública e de qualidade que culminou na campanha pelos 10% do PIB para a educação já!; a denúncia voraz contra a política de redução de direitos dos trabalhadores que se expressou recentemente na campanha contra o ACE (Acordo Coletivo Especial); a luta contra a criminalização dos movimentos sociais e ativistas; contra as privatizações; em defesa do emprego, da moradia e da igualdade de direitos.
12 de junho - Depois da marcha vitoriosa que aconteceu no dia 24 de abril, a Central orientou suas entidades filiadas a realizarem ações nos estados no próximo dia 12 de junho. Dia de luta dos servidores públicos federais, que têm entre as principais bandeiras a anulação da reforma da previdência de 2003.
Internacionalismo - A CSP-Conlutas não restringe sua política ao Brasil. Como entidade internacionalista constrói com outras entidades dos cinco continentes a solidariedade de classe e a busca por uma alternativa de luta dos trabalhadores, em oposição à crise capitalista e às políticas de ataque aos trabalhadores e à juventude.
A partir dessa essa orientação, a CSP-Conlutas compõe hoje a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, junto com a central sindical francesa Solidaires, a CGT do estado espanhol e dezenas de outras organizações.
*Com informações da CSP-Conlutas
Fonte: ANDES-SN |