Em um Brasil com 14 milhões de desempregados, auxílio emergencial suspenso e sistema de saúde sem oxigênio e seringas para vacinação, o governo Bolsonaro acumula despesa de R$ 1,8 bilhão com comida. Reportagem do Jornal Metrópole apontou, por exemplo, o gasto de R$ 15 milhões apenas com leite condensado e mais de R$ 50 milhões em biscoito. Uma junta parlamentar protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) para que os gastos sejam investigados.
Em um almoço com artistas em um restaurante em Brasília (DF), nesta quarta-feira (27), o presidente da República atacou a imprensa ao ser questionado pelos gastos do governo. Após proferir as palavras de baixo calão contra os jornalistas, Bolsonaro foi muito aplaudido pelos apoiadores presentes.
Despesas supérfluas
A reportagem, que cruzou dados dos custos com base no Painel de Compras do Ministério da Economia, apontou que o poder Executivo gastou R$ 13 milhões em sorvete, R$ 6 milhões em massa de pastel, R$ 8 milhões em bombom, R$ 5 milhões em uva passa, R$ 2 milhões em chicletes, R$ 3 milhões em molho shoyo, R$ 1 milhão em pizza e R$ 2 milhões em vinho.
No total, as compras de produtos alimentícios do governo aumentaram 20% em 2020 – ano do início da pandemia – em comparação a 2019. Enquanto o brasileiro teve que cortar a carne da lista de compras devido ao aumento de 4,5% do produto em setembro de 2020, o governo gastou R$ 89 milhões com o produto. A fatia mais elevada de gastos com alimentos foi observada no Ministério da Defesa (R$ 632 milhões).
Enquanto o governo esbanja, o caos no país é sentido com a falta de respiradores, oxigênio, vacinas, seringas e leitos hospitalares. Além disso, o Brasil enfrente uma crise econômica que já levou 14 milhões para o desemprego, situação que deve ser agravada com o corte do auxílio emergencial.
Fontes: Jornal Metrópoles e CSP-Conlutas com edição da ADUA
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