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A violência real na educação brasileira



A Educação brasileira vai de mal a pior, embora haja ministros da educação, secretários da educação, diretores, supervisores e administradores escolares (intitulados de gestores), pedagogos e professores afirmando o contrário.

Os meios de comunicação – que se tornaram veículos de informações de ocorrências policiais e de como o Brasil vai ficar depois da Copa do Mundo de 2014 e de divulgação restrita de matérias que realmente interessem à sociedade brasileira – passaram a noticiar as violências praticadas nas escolas. Essas violências tendem a aumentar, uma vez que as autoridades educacionais e governamentais ignoram ou fingem ignorar as causas dessa violência.

Há muito tempo que essas autoridades deliberaram politicamente expandir a educação nos três níveis de ensino (Fundamental, Médio e Superior) para a maioria da população sem considerar o mínimo de qualidade desse ensino que levasse os alunos ao domínio do conhecimento que é ou deveria ser ensinado nas escolas. Esse processo iniciou-se na década de 1960 a partir das propostas MEC-USAID, patrocinadas pelo governo norte-americano e executadas pelo governo brasileiro (tanto os da ditadura militar quanto os da pós-ditadura) para atender as orientações do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Filosofias educacionais da Escola Nova (Dewey, Montessori e outros) passaram a nortear a educação brasileira. A escola não deveria ser o lugar para estimular e nem desenvolver o conhecimento científico dos alunos e dos professores. Ela deveria preparar os alunos para a vida, entendendo-se, por isso, a preparação dos alunos para o mercado. Por isso, há uma confusão generalizada entre o que é ciência e o que é tecnologia, o que é pesquisa científica e o que é pesquisa aplicada. Muitas vezes, alunos (e até professores) são premiados por realizações tecnológicas como se estas fossem realizações científicas.

Práticas pedagógicas criadas para ensinar alunos com deficiência mental ou física foram adotadas indistintamente nas escolas para todos os alunos. É bom ressaltar que há alunos com deficiência mental ou física que não gostam de ser tratados como se fossem pessoas incapazes ou debiloides.

Além disso, os professores não precisariam mais dominar conhecimento de sua área de ensino, bastando ser animadores de inúmeras atividades extra-curriculares, profanas ou religiosas, que, na maioria das vezes, não acrescentam nada ao intelecto do aluno, dificultando-lhe o desenvolvimento do pensamento crítico. Como se não bastassem os programas de animação e de “esporte” e de “religião” transmitidos de domingo a domingo através de inúmeros canais da televisão brasileira!

Nesse país, que pode ser definido como um estado burocrático de direito, os professores e as professoras são obrigados a cumprirem determinações dos burocratas das Secretarias da Educação e do Ministério da Educação e de outros órgãos do Estado, que tolhem continuamente o trabalho educacional sério dos profissionais do magistério brasileiro.

Com relação à avaliação, pedagogos, governantes e autoridades educacionais escolanovistas sugerem que os alunos sejam aprovados automaticamente ou que sejam pré-aprovados, ao se matricularem em alguma escola ou faculdade. Pressupõem que os professores ou as professoras que reprovam a maioria de seus alunos ou que os aprovam com notas baixas são incompetentes. Não lhes ocorre que os professores ou as professoras que aprovam cem por cento de seus alunos com notas altas podem ser extremamente incompetentes.

Os professores sérios e competentes sentem-se cada vez mais acuados, agredidos, violentados por alunos, pais de alunos, autoridades educacionais que não valorizam e nem respeitam o trabalho desses profissionais. Essa é a violência real, visível e/ou invisível, sofrida por professores e professoras brasileiros.

O sistema educacional brasileiro é perfeito para um país eternamente emergente, dependente e que ambiciona exportar sua experiência educacional (de doação generosa de certificados e diplomas) para outros países emergentes, dependentes que também se constituem em estados burocráticos de direito.


Isaac W. Lewis é professor aposentado da Faced/Ufam e ex-presidente da Adua.



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